O Grande Emerson Urso


1972 – Ano de nascimento no dia 10 de abril no bairro do Glicério na cidade de São Paulo, Brasil. Morou no bairro Sapopemba, passou sua infância na Moóca, passou pelos bairros de São João Clímaco e Vila Diva. Uma infância humilde. Filho de mãe doméstica e pai metalúrgico que de tudo fizeram para dar o melhor para o filho. Emerson apaixonado por futebol e musica começou a dar os primeiros passos rumo a seu futuro. 

1982 – O pai realiza o sonho da casa própria e consegue um apartamento na Cohab em Itaquera. Ano de copa do mundo Emerson jogando futebol em times de rua ganhou o apelido de “Zico” que era seu grande ídolo na época. Paralelamente ao futebol a música e a dança caminhavam juntos. Logo na escola formou um grupo de “break” e se apresentavam nas festinhas. Gostava de tocar bateria nas caixas de papelão que sobravam das compras de mercado. Em casa os pais sempre ouviam os LPs de Martinho da Vila, Roberto Ribeiro, Clara Nunes, Agepê, Paulinho da Viola entre outros. No final do ano como de costume a família se reunia para festividades e seu primo Anderson pediu de presente para os tios instrumentos de escola de samba. Então, Emerson se interessou pelo pandeiro e assim se deu o primeiro contato com um instrumento musical. Logo pediu para seu pai comprar um, desceu na favela no final da rua que morava e pediu para que diversos sambista do local lhe ensinassem a tocar. Logo depois foi aprendendo outros instrumentos de percussão. 

1986 – Com 14 anos estudando, ouvindo muito samba e começando a namorar teve sua primeira desilusão amorosa, assim começou a escrever seus primeiros versos e compôs seu primeiro samba “Tristes recordações” (inédito) até 2012. A partir dai começou sua carreira no samba. Logo começou a tocar com grupos da periferia, deixou o futebol de lado pra se dedicar 100% ao samba. Comprar discos antigos era seu “hobby”, ficava ouvindo e aprendendo. Andava na contra mão de toda sua geração que vivia dizendo que aquilo era musica de velho, coisa da antiga. Logo começou a tocar na noite com os grupos, dos quais fazia parte, pandeiro, atitude que casou preocupação aos seus pais. 

1990 – Tocando em diversas casas noturnas, e já acompanhando diversos artista em rodas de samba, Emerson fez muitas amizades e continuou compondo seus sambas. O que lhe incomodava muito era que nos grupos que tocava ele não tinha oportunidade de cantar musicas próprias, por que os outros integrantes consideravam suas musicas fora de moda e de estilo antigo. Emerson persistiu e a cada oportunidade, quando encontrava com gente que gostava de samba mais tradicional, ele sempre mostrava suas obras. Nessa época ganhou muita experiência tocando e conhecendo instrumentistas e compositores famosos, e assim foi seguindo sua trajetória. Nessa época ganhou o apelido de Urso do seu grande amigo Didi que tocava com ele. Logo passou a se apresentar como Emerson Urso. No grupo que tocava era percursionista, mas devido ao “cara do cavaco” sempre se atrasar ou faltar, Emerson aprendeu a tocar o instrumento e posteriormente aprendeu o violão também. 

1999 – Emerson Urso já com quase 200 sambas compostos, e o mundo musical vivendo o auge do “pagode”, não tinha espaço para mostrar sua obra voltada para o samba chamado de “raiz”. Suas referências eram Cartola, Nelson Cavaquinho, Monarco, João Nogueira, Martinho da Vila, Fundo de Quintal, Beth Carvalho entre outros. Neste ano, Emerson Urso decidiu incluir suas musicas em todas as vezes que fosse tocar em grupo. Sentindo dificuldade no repertorio do grupo no qual participava, decidiu sair e seguir seu caminho sozinho. Assim poderia cantar todas as suas referências e composições próprias. O pai sempre o apoiava e gostava muito de suas musicas. No final deste ano o pai (Seu Neval) veio a falecer para a tristeza da família. 

2000 – Emerson Urso, enquanto trabalhava na loja de instrumentos musicais Contemporânea no centro de São Paulo, continuava tocando na noite e compondo sempre sozinho. Foi quando conheceu o compositor Dorinho Marques que trabalhava como fornecedor de camisetas para a loja. Fizeram amizade e a parceria começou. O primeiro samba foi “O samba e o poeta” e logo depois “Homenagem a Portela de Alberto Lonato”. Começou a conhecer muita gente do samba que passava por um processo de renovação, o início dos projetos, comunidades, terreiros e quilombos em defesa do samba de raiz e da apresentação de samba inéditos seguindo a linha tradicional. Em 1998 foi criado o “Multirão do Samba” e em 1999 nasceu o “Projeto Nosso Samba”, projetos que derão início ao encontro de novos compositores. Seguindo esse mesmo caminho nasceram o Clube dos Sambistas, onde conheceu a maioria dos seus parceiros do samba, Projeto Samba Autêntico do qual Emerson Urso, ao lado de T.Kaçula, Valter Babu, Iaco e Pelé são fundadores da roda de samba, que foi inaugurada no “Vilaggio Café” no bairro do Bixiga. No mesmo ano Emerson Urso apresentou o samba “Homenagem a Portela de Alberto Lonato”, aos diretores e ao público do Samba da Vela, o samba foi vetado por que tinha a palavra “fera” e a direção decidiu que o samba estava fora do perfil. Algum tempo depois o samba foi gravado junto com o mestre Monarco e o mestre quis cantar justamente aquela parte que tinha a palavra “fera”, coisas do samba... . 

2001 – Emerson Urso é convidado pelo novo parceiro Milbé para entrar na Academia do Samba da Zona Leste e participar como arranjador, musico e compositor. Aceitou “de prima” e assim gravou seu primeiro samba “Doeu a consciência” em parceria com Milbé e Dorinho Marques. 

2002 – Emerson Urso decide gravar seu primeiro disco, fez grande amizade com o dono do estúdio e presidente da Academia do Samba da Zona Leste, Hildo Rodrigues. Sem dinheiro Emerson fez uma proposta, daria os instrumentos de percussão, que eram muitos, em troca da gravação do CD. Proposta aceita nasceu o primeiro disco “Respeito ao Samba” Com o movimento de sambas inéditos crescendo cada vez mais em São Paulo, muitas rodas de samba, muitos artistas procurando sambas dos compositores anônimos, o samba de São Paulo tomou novos rumos e ganhou muito culturalmente. Neste disco Emerson quis registrar os sambas de sua autoria e de parceiros que estavam sendo muito executados nas rodas de samba e principalmente no Projeto Samba Autêntico e Clube dos Sambista. Compondo ativamente com Carlinhos Paixão, Valter Babu, Dorinho, Milbé, Kaçula entre outros, fez um apanhado das várias composições, gravou e chamou todos para participarem além de outros amigos que conheceu na noite. A estrela do disco foi a participação do mestre Monarco em gravação eterna. Foi a primeira vez que Monarco cantou um samba que não era de sua autoria, mas sim de compositores paulistas. Assim, foram feitos vários lançamentos e começava uma sequência de shows, elogios e críticas que deram início a sua carreira artística. 

2005 – Devido a diversos sambistas terem gostado da forma que foi produzido seu primeiro CD, passou a produziu discos de outros compositores e interpretes, muitos de seus sambas foram gravados por outros novos talentos. Participou como músico em muitas gravações, fez parcerias com vários ídolos, muitas amizades e foi se aprimorando como sambista. 

2007 – Se casou com Angélica Martinelli e continuou com a carreira. Viajou em lua de mel para Flórida, levou o disco e o inseparável kit “cavaquinho, gravador, papel e caneta”. Acabou fazendo um trabalho por indicação de um amigo da esposa e assim abriu campo no exterior para mostrar seus sambas. Neste mesmo ano voltou mais 4 vezes aos E.U.A. para apresentar seu trabalho. 

2008 – Gravou “Sambista e Compositor”, seu segundo disco. Rodou a rede Sesc e vários estados brasileiros mostrando as composições registradas neste novo trabalho, que contou com a participação especial de Marquinhos Diniz (filho de Monarco), Délcio Carvalho, Marquinho Dikuã e Seu Jair do Cavaquinho. Um disco que passeou pelas várias vertentes do samba. Abrindo o CD, encontra-se o samba rural “Meu Lugar”, em seguida o partido alto calangueado “Tem de tudo pra vender”, depois samba de gafieira, samba de roda, tradicionais sambas de terreiro e sambas-canções. Um disco que firmou o nome de Emerson Urso como um dos grandes compositores de samba da nova geração. 

2010 – Nasce a primeira filha do casal “Ana Luisa” e Emerson Urso grava seu terceiro CD “Pelas Calçadas do Brasil” contendo 15 faixas, um disco que primou pelas melodias e letras. Sambas muito especiais que Emerson já tinha composto há um bom tempo e guardou para este momento. Bem mais maduro e preparado, com parcerias com Délcio Carvalho, Milbé, Dorinho Marques, Carlinhos Paixão, Ricardo Rabelo, Paulinho Cuíca e Willian Nazário. Repetiu o caminho pelas vertentes do samba para trazer um trabalho bem diversificado e fez algo inédito, convidou 18 Sambistas de São Paulo para cantarem com ele o samba enredo “Brasil Terra Sagrada”. Uma iniciativa inesquecível que vai entrar para eternidade. Produzido pelo próprio, assim como os outros, e com arranjos de Diego França, Charlie Diéf e Emerson Urso, Pelas calçadas do Brasil atingiu a marca de mais de um milhão de downloads e vendeu 10 mil cópias em um ano e meio, e continua sendo muito baixado ainda nessa nova era de internet. 

Entre 2007 e 2011 Emerson Urso fez mais de 2000 apresentações em diversas casas noturnas, shows culturais, prefeituras, projetos especiais, corporativos, Sescs, comunidades, viajou por todo Brasil, e foi para o Japão, China, quatro vezes para a Suiça, Holanda, França e quase de 50 vezes aos Estados Unidos, passando por várias cidades como Nova York, New Jersey, Florida, Boston, Texas entre outras. 

2011 – Sentindo a necessidade de divulgar seu trabalho e de diversos sambistas que não tem um veiculo de mídia para que suas obras cheguem ao publico, funda a Rádio Samba SP. A programação prima por mostrar as obras de novos artistas do samba tradicional, além das obras e discografias de grandes mestres e intérpretes do gênero. A musica instrumental brasileira também é muito prestigiada pela rádio que toca choro, valsas e outras vertentes do gênero. A rádio, por ser transmitida via internet, ganhou o mundo e milhares de acessos fazem dela um grande sucesso. 




 Disco: “Samba, Samba, Samba”. Agora com mais de 800 musicas compostas, mais de 200 gravadas, tendo produzido mais de 20CDs para o meio sambístico, participou cantando, tocando ou como arranjador em diversos CDs, Emerson Urso chega aos 40 anos de idade como um legítimo defensor da bandeira do samba. Sempre seguindo a tradição e a cultura e jamais se deixou levar por modismos. O nome do CD não é toa, é uma afirmação, um mantra. Não tem poréns, o samba para ele esta acima de tudo. É uma religião. Apesar de muitas pessoas tentarem faze-lo desanimar, ele sempre leva no peito e na raça “Samba, Samba, Samba”. Além dos seus arranjos Emerson Urso chamou para esse trabalho mais 2 arranjadores: Charlie Diéf e Marquinhos Jaca. O resultado é um disco de samba puro, autêntico e enxuto com 10 faixas apenas. Saravá a primeira faixa é uma reposta para os invejosos e um oração aos orixás, um samba de terreiro. Depois seguem partido alto, samba sincopado, sambas tradicionais de terreiro e sambas de exaltação. O texto de apresentação é do veterano, amigo e parceiro Dorinho Marques. Emerson fez questão de dedicar cada faixa aos grandes mestres que sempre ensinaram tudo que sabe e o tornaram o grande sambista que é. Angélica Martinelli - 2012




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Discografia

  • (2012) Samba samba samba • Independente • CD
  • (2012) Emerson Urso - Na boca dos outros 4 • Independente • CD
  • (2010) Pelas Calçadas do Brasil • Independente • CD
  • (2010) Emerson Urso - Na boca dos outros (coletânea de 3 discos) • Independente • CD
  • (2008) Sambista e Compositor • Independente • CD
  • (2002) Respeito ao Samba • Independente • CD
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Começou sua carreira como compositor aos 14 anos de idade. Iniciou sua carreira como cantor e instrumentista se apresentando em rodas de samba e acompanhando diversos artistas. 
Na década de 1990 se apresentava na casa de samba Terra Brasil, em São Paulo, onde recebeu muitos artistas como convidados, dentre os quais Zeca Pagodinho, Monarco, Almir Guineto, Jovelina, Jorge Aragão, Sombrinha e Arlindo Cruz.
No início da década de 2000 passou a se apresentar na casa Villagio Café, no bairro do Bixiga, em São Paulo, acompanhando e cantando ao lado de artistas como Luiz Carlos da Vila, Paulinho da Viola, Monarco, Walter Alfaiate, Délcio Carvalho, Seu Jair do Cavaquinho, Moacyr Luz, Elton Medeiros, Argemiro do Patrocínio, entre outros.
Em 2002 lançou seu primeiro CD “Respeito ao Samba”, que contou com dez faixas, dentre as quais “Agora é tarde” (c/ André Pantera e T. Kaçula), “Viva o samba” (Wilson Sucena), “Revivendo São Paulo” (c/ Dorinho Marques), “Para sempre” (Carlinhos Paixão), entre outras. Realizou shows de lançamento do disco nos SESCs Consolação e Pompéia, em São Paulo, com a participação de Monarco, seu padrinho musical. 
Em 2008 lançou o CD “Sambista e Compositor”, que incluiu 13 faixas de sua autoria com parceiros e contou com a participação de Marquinhos Diniz, em “A vegetariana” (Emerson Urso e Marquinho Dikuã); Délcio Carvalho, em “Luz do meu viver” (Emerson Urso e Cristiano Moura); Seu Jair do Cavaquinho, em “Piedade” (Emerson Urso) e Monarco, em “Alberto Lonato”. O disco foi lançado na Europa, em várias cidades da Suiça e da França, e nos Estados Unidos, em cidades como Nova Iorque, Las Vegas, Boston, Houton, entre outras.
Em 2009 participou como convidado de Dona Ivone Lara em seu show realizado na “Virada Cultural” de São Paulo.
Em 2010 lançou o CD “Pelas Calçadas do Brasil”, que contou com 15 faixas de sua autoria, dentre as quais. Participou como convidado do show realizado por Osvaldinho da Cuíca na “Virada Cultural” de São Paulo.
Apresentou-se ao lado de artistas como Paulinho da Viola, seu Nenê da Vila Matilde, Paulo César Pinheiro, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Dona Ivone Lara, entre outros. Nesse mesmo ano lançou a coletânea de três CDs “Emerson Urso - Na boca dos outros”, com composições de sua autoria gravadas por artistas como Luiz Carlos da Vila, Quinteto em Branco e Preto, Délcio Carvalho, Marcio Prata, Fundo de Quintal, Marquinho Dikuã, Graça Braga, entre outros.
Em 2011 se apresentou como convidado de Eduardo Gudin na “Virada Cultural” de São Paulo.
Foi responsável pela produção de todos os seus discos e de outros artistas, dentre os quais “Aprendiz” (2004), de Marquinho Dikuã; “Destino” (2008), de César Sorato;  “Projeto Samba de Todos os Tempos” (2010); “Academia do Samba de São Matheus” (2010/ 2011/ 2012).
Em 2012 lançou o CD “Samba samba samba”, que incluiu 10 faixas de sua autoria, dentre as quais “Nossa Senhora Aparecida” (c/ Ricardo Rabelo e Willian Borges), “Saravá” (c/ Ricardo Rabelo)  e “Tem mas tá faltando” (c/ Carlinhos Paixão). Nesse mesmo ano lançou o CD “Emerson Urso - Na boca dos outros 4”.

Fonte: www.emersonurso.com.br ;

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